domingo, 19 de abril de 2020

Temporis IV: Duncan Maccockler, o Kilorflip

Posted by Ismael Rocha on 22:44:00 in , | No comments
A situação é grave. Explosiva, até! A Ascensão dos Pergamantes não caiu no gosto de todos. O Comitê da Magia e a Inquisição não veem com bons olhos a possibilidade de utilizar feitiços livremente, sem qualquer processo prévio de aprendizagem. Djaïllat Koubiac e Brendo Welsh estão prestes a sofrer as consequências por causa disso. A menos que...

No meio de uma natureza rica e verdejante, embalada por uma impressionante variedade de Cuicuis, repousa um bosque banal. Quando, subitamente, uma luneta é posicionada.
"Malditos..."
Através da lente, um acampamento de aspecto militar, montado com três grandes barracas retangulares, é protegido por dois milicianos que portam lanças.
"Então é aqui que eles estão sendo mantidos… Que estranho, não consigo reconhecer nem as cores de Bonta nem as de Brakmar…"
A luneta faz um leve movimento panorâmico para a esquerda. Através da lente, montada em uma nogueira, uma Osamodas vestida de Iop dá um joinha para a luneta. No topo do arbusto, um braço com pelos castanhos aparece para dar um retorno à aventureira escondida, fazendo um sinal com a mão que consiste em unir as pontas do polegar e do indicador.
"Helgaga está posicionada. Agora é comigo..."
Ao redor do matagal, um estranho Tofu começa a dar voltas. Seu crânio redondo tem uma crista ruiva digna da cabeleira de um Iop.
"O que você está fazendo aqui?! Por que veio atrás de mim? Volte para o lado da sua mestra! Anda!"
O Tofu parece se divertir com a situação e querer brincar com o amigo disfarçado de arbusto. Ele pega um cartão no bolso. É possível ver nele as iniciais A.O.L.J.D.R. e a fotografia de um belo aventureiro canídeo, todo sorridente com seus belos caninos, acompanhada da legenda: Duncan MacCocker, Kilorf sortudo e especialista em trabalhos manuais.
"Dá isso aqui, Piu! Não é hora de brincar! Eu estou no meio de uma missão!"
O Kilorf sai de seu esconderijo executando uma pirueta perfeita e se esconde atrás do tronco de um grande carvalho, reto como um poste. O Tofu, achando graça, vai atrás.
"Você vai acabar entregando a nossa posição, ave idiota! Volte para a Helgaga!"
Duncan olha para o acampamento antes de iniciar uma corrida de obstáculos intensa e furtiva para poder chegar perto dele: ele passa entre as árvores, salta sobre um tronco, continua de quatro para avançar mais rapidamente e termina com um rolamento para alcançar uma fenda a poucos kametros do acampamento. Ele olha ao redor e pensa: "Ótimo, estou livre da ave..." sem perceber que o Tofu está em cima de sua cabeça, sobre o osso que serve para amarrar sua crina selvagem.
*****
Djaïllat sai algemado da barraca do meio, imobilizado por dois milicianos. Ele é levado até a primeira cabana, no fundo, em relação à posição de Duncan.
"Eles devem estar presos ali...", pensa.
Alguns minutos depois, os milicianos saem com uma Ladina vestida de rosa, como se ela tivesse sido misturada com uma Eniripsa.
"Brendo!"
Eles entram na na barraca do meio.
"É lá que eles devem ser interrogados... Eu vou aproveitar para agir e visitar a terceira barraca...", diz para si mesmo antes de sair da toca.
Prudente, ainda sem consciência da presença de um Tofu intrépido sobre sua cabeça, ele se aproxima da cabana e fareja a entrada. Ela parece estar desocupada. É possível ouvir passos no mesmo instante. Duncan se joga na barraca e se esconde atrás da primeira caixa de madeira que encontra.
"Como eu imaginava. Esta terceira barraca é utilizada para armazenamento e abastecimento."
Seus pensamentos são interrompidos por duas vozes do lado de fora.
"... temos provas suficientes para levá-los.
– O que você vai fazer?
– Vejamos, senhor Defoyard. Vamos ajudá-los.
– Hmm… Eu sei que tipo de mãozinha vocês da Inquisição gostam de dar. Não posso concordar com isso… Não é muito... ético.
– Não foi a ética que trouxe você até aqui, meu caro? Não foi uma voz baixinha, conhecida como moral, que forçou você a agir? A não deixar esse povo… esses vagabundos que se dizem aventureiros adquirirem um conhecimento que não merecem?
– Eu concordo com o fim da sua frase, Padre Nynio. O resto é coisa sua. Sugiro que a gente vá agora..."
Duncan sai do esconderijo, a mandíbula cerrada:
"Cretinos! Preciso correr..."
O Kilorf começa a vasculhar uma caixa, enquanto sua agitação balança o Tofu sobre sua cabeça:
"Eu vou fazer uma bomba de fumaça para criar uma distração. Eu tive a sorte de achar a barraca de provisões, agora só preciso encontrar os… (ele descobre um barril na caixa) produtos certos! Haha! Bingo! O decapante para madeira que Djaï usa no arco!"
Ele vasculha novamente, o Tofu sendo sacudido para todo lado.
"Ótimo! O antídoto contra venenos da Brendo! Eu tenho dois produtos ricos em permanganato de potássio... Isso vai servir como oxidante. E como combustível… (ele procura mais) água oxigenada! Eu tenho tudo de que preciso para provocar uma fumaceira artificial! Quanto a esta proveta, ela pode ser usada como receptáááÁÁÁ!!!"
Duncan leva um susto quando o Tofu anda para frente, cabeça abaixada, a poucos milikametros de seu rosto! E derruba a proveta, que se quebra no chão
"Muito bem! Como é que eu vou fazer minha mistura agora, ave burra?"
De repente, o som das vozes fica mais alto na barraca ao lado, e o Kilorf estica a orelha (literalmente).
"… Fora de questão! Vocês nos chamaram para fazer pesquisas. Nossa investigação deve permitir que avaliemos o tráfico de pergaminhos e, talvez, o regulamentemos..."
Duncan se volta para o Tofu:
"A chapa está esquentando! Tenho que fazer alguma coisa! Eles estão contando comigo!"
Ele olha em volta, tentando manter a calma. Uma flecha? Inútil. Uma meia? Hmm... quase. Um Tofu? Um Tofu… O animal balança a cabeça para dizer que não.
"Tomara que funcione!"
Duncan pega a ave, coloca água oxigenada em seu bico, depois o antídoto e, por fim, o decapante – os olhos do Tofu saem das órbitas, as orelhas exalam um leve vapor – em seguida, o Kilorf sortudo pega uma fita adesiva no bolso:
"Não se preocupe!", diz enquanto cola o bico dele. "Não tem perigo… normalmente."
Ele retira seu relógio mecânico portátil do pulso e o coloca na barriga da mascote.
"Cronômetro em 20 segundos: é o tempo que deve levar para o permanganato de potássio oxidar a água oxigenada por meio de uma reação de oxirredução. Associada ao calor do corpo, a água passará do estado líquido ao gasoso. Uma vez… hmm… evacuada (O Tofu olha para ele com uma certa angústia), a água será condensada instantaneamente como gotinhas no ar, formando uma névoa branca!"
O Tofu tenta gritar para mostrar seu descontentamento, mas o que sai lembra um grito de Cacamundongo. Duncan corre para a entrada da segunda barraca, onde uma briga acontece:
"Vocês não têm o direito, afirma uma voz feminina.
– É para o seu próprio bem. Você não sabe o que faz", responde o que parece ser o Padre Nynio.
Duncan olha uma última vez para o Tofu:
"Você vai conseguir, tudo bem? Nessa luta entre o Bem e o Mal, você está prestes a virar um herói(O Kilorf coloca um joelho no chão e se prepara para fazer o animal rolar.) Eu só espero que sua alimentação não seja rica em potássio…"
Em seguida, ele arremessa o "projétil" para o interior da barraca e se afasta alguns kametros. Três segundos depois, ele escuta o caos que foi semeado. No mesmo instante, Helgaga, cercada de um enxame de Tofus com cristas de Iop, chega correndo e dá uma piscadinha para ele antes de colocar um lenço no rosto e entrar. Duncan se anima, com a língua de fora, e gira em torno de si mesmo como um Peki. Mas as coisas saem do controle... A barraca pega fogo! Chamas roxas devoram o que fazia as vezes de sala de interrogatório!
"Que burrice a minha! É claro que a alimentação dele é rica em potássio… Ele come sementes e raízes de todo tipo…"

Continua…


A ASCENSÃO DOS PERGAMANTES É AGORA EM DOFUS!






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