Posted by Ismael Rocha on 06:15:00 in Curiosidades | No comments
Viktoria, o rei Talas, Lugio Nerve e o Mago Lhanz se encontravam numa situação nada agradável. Presos contra a vontade a bordo de um submarino steamer, em plenas profundezas sufokianas, eles já estavam se preparando para um inesquecível encontro com um estranho monstro cheio de tentáculos...
- A RAINHA DO REINO DOS TRIATUNS
«Por Oktapodas, como ela é feiosa!»
Não restava dúvidas: entre o Mago Lhanz e a criatura, não havia nenhuma química...
« Fique quieto, infeliz! Ela pode saber ler lábios...», protestou Lugio.
«Não faça mais nenhum gesto. Sua visão pode ser baseada em movimentos...», complementou Viktoria.
No mesmo momento, o Rei Talas voltou da sala das máquinas gritando.
« Tudo sob controle, meus amigos! Nós vamos partir novamente a qualquer momento, é só o tempo de... Por Oktapodas, como ela é feiosa ! »
«Shhhh!», fez Viktoria, levando o indicador com força aos lábios do rei.
«Eu nunca xinha vixto ela de tão perxinho...É inacrexitáfel...», cochicava o rei, dividido entre a fascinação e a repulsa.
«Você... Você acha que ela quer nos fazer mal?
- Não sei, meu caro mago, respondeu o rei, finalmente livre do indicador de sua rainha. Mas, uma coisa é certa: bem é que ela não quer fazer. »
A perplexidade estava visível no rosto dos três amigos.
«Que criatura horrenda é essa, afinal?», perguntou Viktoria.
- Essa é Dentinea, querida. A rainha do Reino dos Triatuns, por assim dizer... Nosso submarino teve uma pane bem na frente do palácio dela. E parece que ela não é muito entusiasta de visitas de surpresa...»
Como que para confirmar o que o rei tinha acabado de dizer, Dentinea começou a girar em torno de si mesma, fazendo um redemoinho de tentáculos à sua volta.
«Ela está se aproximando! É um desastre!
- Pare de gritar, mago! Deuses! Mas o que é que eles estão fazendo?», disse o rei impaciente, virando se para a sala das máquinas.
Dentinea ganhava velocidade. Como um tornado, ela fazia tudo balançar com sua passagem. À medida em que ela se aproximava do submarino, seus dentes pareciam cada vez mais afiados e cortantes. Com medo, o Mago Lhanz e Lugio Nerve se agarravam um ao outro, sem darem a mínima para convenções sociais, nem para a vergonha...
« Eu sou jovem demais para morrer!
- E eu inteligente demais!», acrescentou o mago em um impulso de humildade.
« Parem com esse drama! A menos que eu não tenha escolha, vocês não morrerão hoje.», afirmou o rei, visivelmente irritado, quase se arrependendo de ter levado aqueles dois a bordo.
Por sorte, o submarino deu a partida no último minuto, antes que a criatura viesse atravessar uma das escotilhas do navio com seu tridente.
«Ufa... foi por pouco!», suspirou Viktoria.
«Os abismos de Sufokia guardam os mais belos tesouros da natureza... Mas guarda também as armadilhas mais perigosas. É preciso que vocês sejam bem prudentes quando sairmos do submarino, disse o rei.
– E… E nós vamos sair? perguntou o Mago Lhanz.
- Mas, é claro, meu caro! Você não esperava ficar na vida boa aqui dentro, não é mesmo?», respondeu Lugio, com um ar debochado.
- A FENDA DOS TRIATUNS
O submarino entrava agora na Fenda dos Triatuns. Comparados com Dentinea, os Trianguejos, Trydes e outros Riluros pareciam quase acolhedores. Uma Polposa passou pela escotilha atrás da qual se encontrava o mago, dando uma piscadela de olho.
«Você definitivamente está fazendo sucesso por aqui, meu amigo!», se divertiu Lugio.
«Cuidado com elas... São verdadeiras sedutoras. As madeixas delas te hipnotizam e te transformam em uma pedra tão dura quanto um crânio de Iop!», avisou o rei.
Como se para «marcar seu território», Viktoria se aproximou de seu rei, segurando-o pela mão.
« Esses corais são esplêndidos. Todas essas cores... é incrível!
- Não tão esplêndidas quanto você, querida...»
Mais uma vez, Lugio e o Mago Lhanz trocaram caretas que diziam muito.
O submarino agora passava pelas Profundezas dos Triatuns. Quanto mais ele avançava, mais a paisagem se tornava sombria. Assim como o rosto do rei...
«Atenção, estamos quase lá... Preparem-se...»
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